quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Memórias do papai



Eu sinto uma saudosa lembrança dos tempos da minha infância, se eu pudesse voltaria no tempo somente para te ver mais uma vez. Durante muitos anos tentei encontrar palavras para te descrever mais no dicionário não encontrei. 
Guardei sua imagem comigo, os seus ensinamentos as suas palavras que vieram comigo para esse mundo adulto.
 Com relação às datas comemorativas um dia só é muito pouco  visando os outros dias do ano. Todos os dias os filhos devem dizer aos seus pais o quanto ama, pode ser que não haja amanhã.
Guardei o melhor abraço protetor, a melhor história contada, e as lições de um pai que um dia me ensinou boas maneiras a minha base veio de ti pode ter sido pouco os anos que vivi contigo mais permanece em mim um pouco de você.
Não tenho você e comigo essa data pra mim é vazia, não posso te dar o meu abraço, mas tenho o seu DNA e te guardei na minha memória.
As minhas lágrimas estão rolando sobre o meu rosto, e caindo sobre o teclado mais eu permaneço firme afinal foram muitos anos tentado não posso desistir.
Agora volto ao passado quero descrever as minhas lembranças como se eu estivesse vivendo agora intensamente.
Sou apenas uma criança de quatros anos e falo a língua tatibitate. Estou caminhado eu sinto as minhas pernas doerem a minha mãe leva no colo minha Irma recém-nascida. Moramos distante da cidade não temos vizinho próximo, faço birras porque já não agüento mais caminhar ele me pega no colo me coloca na sua cacunda:
Vem, cá fia com o pai.
Paro de chorar lugar confortável eu posso vejo a paisagem de lá cima.  Agora já é outro dia eu  estou um pouco maior, nos temos um animal é uma égua ela nos leva difícil missão eu não consigo para em cima dela. Quando ele me monta e começa a puxar o cabresto eu caio e levo comigo os meus dois irmãos junto  para o chão.
Agora e noite moramos num lugar deserto estamos indo para casa de um vizinho eu tenho medo não posso ir à frente mais também não posso ir à trás. Preciso de um farol vou iluminando ao chão e pouco depois acabo saindo da trilha.
São relatos de um passado distante, agora estamos em outra noite o pai acende uma fogueira na frente da casa e conta história ele também nos ensina a oração do pai nosso.
A minha Irma já anda comigo pelos campos nos coletamos flores e plantas eu não tenho amigas por isso levo ela  comigo. Temos um roçado perto da casa e nos vamos até lá é um arrozal é bom sentir o cheiro ele está florido.
Eu seguro na mão da minha Irma ela faz o sinal de positivo: Tiinho pai! Ele vem a nosso encontro sorrindo fazendo o mesmo sinal.
Agora eu tenho seis anos tenho um livro em mãos ele é colorido tem muitas figuras eu queria muito saber o que está escrito peço aos meus irmãos mais eles estão brincando jogando bola. Eles fazem bola de meia e se eu deixar eles corta até a cabeça da minha boneca. Peço pro pai ele lê o livro e me ensina as letras do alfabeto, pois temos escolas mais não tem professora. Enfim já sei ler e leio o mesmo livro varias vezes porque eu não tenho outro o legal é que cada vez que leio descubro uma coisa nova.
O pai nos alerta fala que a passagem dele nessa terra está chegando ao fim. Apesar de não reclamar da vida nem das condições que se encontra ele sabe o que senti.
O pai ficou doente teve que ir pra cidade e nos ficamos na casa de uma conhecida agora eu tenho 8 anos. É uma tarde de sol alguém veio nos buscar dizendo que o pai não está mais entre a gente. Não posso relatar essa parte triste eu já chorei muito.
Depois do acontecido fomos morar com o nosso avô somos quatro criança e a mãe está grávida.
Agora todas as noites em sonho o meu pai vem em ver eu sempre o abraço:
Pai você voltou!
Assim são todas as noites. Abraço ele em sonhos é confortável. O tempo está passando os sonhos estão diminuindo. Quero dormir para sonhar com ele mais durmo e não sonho.
Então, acordo e vejo agora eu  cresci. Do meu pai eu guardo uma lição de vida para sempre. Pai, saudosa lembrança.

Nenhum comentário:

Postar um comentário