domingo, 3 de fevereiro de 2013

Uma rosa pra você



Desde quando você partiu sabia que um dia eu tomaria coragem e faria isso. Fiquei tentando juntar momentos fragmentados que ficaram espalhados em minha memória. Não quero te esquecer e dentro do meu ser existem muitas coisas que você me ensinou.Tem uma frase que jamais vou esquecer "vó é mãe duas vezes".
Toda vez que eu tentava descrever me faltava chão. Nem sei em que plano eu estava talvez suspensa do chão. A sua lembrança è viva em mim eu levo comigo onde quer que eu vá.
Agora volto à infância doce e colorida se sua casa tivesse sabor seria o de chocolate. Voltar pra casa difícil missão era a do papai ele não conseguia cumprir e a mamãe sempre vinha muito brava achava o meu esconderijo e me fazia passar por baixo da cerca de arame farpado. E depois saia me arrastando pelo braço.
Por ironia do destino alguns anos mais tarde eu fui morar com a minha vó definitivamente.
Ela era uma pessoa calma e aos olhos dela alem sermos lindos éramos perfeitos. O vô era bravo sempre nos corrigia e ela sempre por perto como se fosse uma advogada:
 Não judie dos bichinhos!
Lembrei-me da casa era cercada por plantas e se destacava entre as plantas samambaias e roseiras. Rosa branca e cor de rosa. Éramos-nos construtores dos nossos brinquedos. A TV era uma coisa rara e o meu avô dizia que aquilo só ensinava o que não presta estávamos proibidos de assistir. Mais a vizinha tinha e nos fugíamos para assistir TV, escondido dele. Brincávamos de roda falávamos versos em noite enluarada naquela época eu sonhava com príncipe montado em cavalo branco, os mais velhos contavam historias muitas delas eu nunca vi em livros mais era bom ouvir o meu avô contado-as. Ele também gostava de comprar doces fazia chuva de bala e a gente se esbaldava no chão catando-as.
E na hora de dormir nunca íamos dormir sem fazer as orações e pedir a bênção para: Vô, Vó, mãe, tios, tias.
 Quando eu sai da casa da vovó eu havia deixado a infância. Mais não, os bons hábitos  quando eu ia visitá-la eu entrava pela porta da sala cumprimentava pedia a benção e saia pela porta da conzinha ia ver as rosas. Se tivesse muitas eu tirava uma e colocava no cabelo se não tivesse  eu cheirava e deixava no pé quando ela me via sem a rosa ela ia lá e tirava a mais bonita e me dava:
 Fia, aqui está uma rosa pra você, temos botões logo eles vão desabrochar e não e sempre que você esta aqui.
Agora para minha vovozinha e no seu descanso eterno “todas as rosas num jardim florido”. Guardo boas recordações suas em minha memória. Descase em paz.