segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Cigarro nunca mais




Eu sei que o fumante não entende esta frase “pare de fumar quando estiver perto de mim”. Quem não tem o hábito de fumar não consegue inalar a fumaça que ele solta no ar quero deixar claro não é preconceito sentir aquele cheiro é difícil.
Eu nem sempre foi assim quando eu era criança os meus avôs maternos eram fumantes eu não me importava com o cheiro. Lembro-me que naquela época eu tinha a ilusão que o cigarro uma coisa fantástica os comercias na TV mostrava as pessoas livre e felizes sempre na direção a sensação devia ser boa sinônimo de elegância. Além do mais ele estava sempre próximo a balinha no boteco.
Enquanto eu pensava assim o meu dizia:
“Faça o que eu digo, não faça o que faço. Aprendi a fumar desde criança porque não tive quem me corrigisse. Se eu pegar vocês fumando leva uma surra”.
 Mesmo assim eu queria sentir a sensação; pegava uma palha de milho seca e cortava com uma tesoura depois colocava folha de planta seca acendia e provava era ruim de mais e logo incendiava tudo. Não devia ser ruim assim o cigarro de verdade não valia aquele de faz de conta era intragável.
Eu devia ter na época 12 anos nos íamos à missa domingo a noite com uma senhora vizinha que morava próximo da nossa casa. Eu não conseguia ficar muito tempo em locais fechado com muita gente eu desmaiava e por isso saia pra fora depois da pregação do evangelho. Naquele dia a praça estava bonita havia casais de namorados eu lembro que o moço pegou uma flor da roseira e deu a sua amada. Bem próximo de mim tinha um rapaz fumando. Era um conhecido eu pedi um cigarro ele me deu 2 e ainda acendeu. Comecei a fumar a principio os meus olhos se encheram de lagrimas depois a minha garganta começou a coçar eu continuei. Fumei e quando fui fumar o outro meu estômago ficou ruim senti um mal estar, ânsia de vômito, o mundo começou a girar, a vista escureceu eu desmaie.  Foi passageiro quando voltei tinha gente em minha volta o cheiro do cigarro estava impregnado em mim eu sentia nojo.
Experiência ruim acabou a fantasia era a pior coisa que eu tinha provado. Depois disso quando a minha vó me pedia pra buscar o cigarro ou cachimbo pra ela fumar eu pegava um papel com uma mão e só depois o cigarro com a outra eu tapava o meu nariz. O cheiro da fumaça do cigarro me dava coceira na garganta e muito enjoou. Eu sempre fiquei longe.
Alguns anos depois após o parto da minha filha, eu senti o cheiro do cigarro. A enfermeira que empurrava a maca tinha fumado. Eu senti o cheiro eu tive uma crise de tosse tão forte que parecia que minha barriga era um balão ia explodir. A minha acompanhante chamou o meu médico. Ele me perguntou se eu estava resfriada eu disse não eu senti o cheiro do cigarro.
Nunca reclamei mais sempre me afasto. Lembro também que tinha um colega de curso anos mais tarde quando apareceu nas carteiras de cigarro foto de pessoas com doenças causadas pelo cigarro ele simplesmente fez uma capa e cobriu para não ver.
Em outra sala de aula outro curso tinha um moço fumante que veio sentar logo na minha frente eu tive que me retirar não suportava o cheiro do cigarro.
Na minha vida “cigarro nunca mais”.

 

domingo, 6 de janeiro de 2013

Sobreviventes





A mulher saboreava uma manga e parecia estar uma delicia parecia estar com fome. Cabelos despenteados, suja e maltrapilha. O homem que estava com ela parecia que era o seu companheiro. É possível perceber  também a falta de disciplina.
 Seria vitimas do poder econômico, político  ou capitalismo?
 Difícil de digerir essa situação olhar e não poder fazer nada. O homem que estava ao lado dela me disse que em uma noite dessas eles se abrigaram no terminal rodoviário mais acabaram todos molhados com o temporal.
São seres humanos e vivem ao relento eles precisam muito mais do que um prato de comida. Eu diria aprender a pescar ganhar o seu sustento. Diante dessa cena me senti impotente. Eles não têm nem o básico para sobrevivência.
Começou a chover a mulher procura abrigo nos braços do companheiro ele oferece o colo ela deita no banco e coloca a cabeça no colo dele. Ele pega dois casacos e cobri-a chamando de amor.
Pouco depois falando com uma senhora ela me diz não sabe como eles conseguem ser felizes. Nem eu, prometi que nunca mais eu iria reclamar do trabalho cansativo. Ele é o meio de sobrevivência e também a minha dignidade.